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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Marina não sabe a diferença entre autonomia e independência


Parece que a candidata Marina Silva, não sabe a diferença entre autonomia  e independência. Durante o debate de ontem na TV Globo, Marina disse:  "A senhora (Dilma Rousseff) tem feito uma série de acusações em relação a autonomia do Banco Central, que aliás a senhora defendeu em 2010. Agora, você diz que é contra também a autonomia do Banco Central" . Mais uma das muitas mentiras que Marina conta

Na realidade, Dilma Rousseff sempre defendeu e defende até hoje a autonomia do Banco Central, conforme reafirmou no debate da última quinta-feira a candidata à reeleição.

Em 2010, a posição de Dilma Rousseff, então candidata à Presidência, era a de defesa da autonomia do BC, nos moldes em que era praticada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

À época, José Serra, candidato do PSDB à presidência, criticava o excesso de autonomia do Banco Central para definir a taxa de juros, dizendo que o "BC não é a Santa Sé". Dilma, então, saiu em defesa da política de seu companheiro de partido: "Defendo a autonomia operacional do Banco Central. Acho que relações institucionais têm se pautar pela maior tranquilidade possível".

O que, na verdade, a presidente e candidata Dilma Rousseff  critica, é a proposta de independência institucional do Banco Central, que é quando a presidência e a diretoria da instituição ficam no cargo por um mandato de período fixo, e sem responder à autoridade do Poder Executivo ou do Ministério da Fazenda.

É isso que defende Marina Silva, que, em seu programa de governo, prevê: "Assegurar a independência do Banco Central o mais rapidamente possível

1 Comentários:

DARCY BRASIL RODRIGUES DA SILVA disse...

Autonomia certamente não é o mesmo que independência. Marina revela que , a par de seu oportunismo, sua quase obsessão em ser presidenta , sem se importar com os princípios, desconhece profundamente conceitos econômicos básicos que, por sua vez, se explicam por concepções ideológicas e de interesses de classes distintos. Não duvido que ela, Marina, tome a independência por autonomia e esteja sendo iludida pelo canto da seria de seus assessores com DNA neoliberal. De qualquer forma , a largueza da autonomia concedida poderá sempre tornar a discussão semântica ociosa. Um dos pontos do governo Dilma que deve ser criticados, a meu ver, é precisamente o excesso de autonomia do BC. As taxas de juros no Brasil são as maiores do mundo - apesar de estarem muito abaixo das praticadas no passado pelos desgovernos tucanos. Sem decisões políticas no sentido de trazê-as para os níveis das existentes no restante do mundo, o BC, dado a composição orgânica do Copom, jamais abandonará seu viés financistas , proto-neoliberal. O Banco Central dos governos petistas tem sido o cavalo de troia do neoliberalismo no interior do governo. Pode-se até invocar razões de ordem políticas, de governabilidade ou fundadas na correlação de forças para tentar justificá-la, mas não se pode , entretanto, continuar reafirmando esse compromisso, firmado nos bastidores da eleição de Lula em 2002 e explicitado na "Carta aos Brasileiros", a cada vitória , a cada eleição. Autonomia , de fato, não é o mesmo que independência, assim como privatização não é o mesmo que concessão. Porém, do ponto de vista prático, a redução polissêmica pode se tornar um embuste, na medida que sabemos que concessões como as da Rede Globo ou as dos transportes públicos , no Brasil, privatizaram e monopolizaram a exploração de áreas que deveriam ser preservadas em função dos interesses públicos, assim como a autonomia do BC tem atendido recorrentemente os interesses da banca em nosso país ( com um único ensaio de queda das taxas de juros provocado pelo governo e logo abandonado).

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