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domingo, 28 de setembro de 2014

Não podemos retroceder. Dilma neles!


Para quem diz representar uma nova política, a aliança entre Marina Silva e a oligarquia dos Bornhaunsen é um tiro no pé. É estranha! É a prova mais descarada do que representa essa tal nova política...

 Em entrevista ao Globo, o cientista político e professor de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGVSP) Marco Antonio Carvalho Teixeira, fala  sobre o atual momento da campanha eleitoral. Ele acredita que o momento eleitoral é favorável à reeleição da presidente Dilma (13 - PT), e credita aos próprios erros de Marina Silva (PSB) a sua queda nas pesquisas. Para ele, as "inconsistências programáticas" foram mais decisivas do que os ataques dos adversários. Teixeira acredita ainda que o PSDB passará a ter um papel secundário na política a partir de 2015.

 O cientista diz: "Essa história maluca de governar com os melhores não existe. Do ponto de vista de quem quer fazer articulação partidária, foi um desastre".“Dilma terá de mostrar instabilidade e insegurança de Marina”

E quem ganha com esse quadro?

A presidente Dilma Rousseff. Ela voltou a ter o protagonismo na disputa. Quando Marina entrou na disputa, a reeleição de Dilma era praticamente inviável. Ela chegou a ter dez pontos a menos no segundo turno e uma rejeição de 40%. Hoje, o quadro é inverso, e sua rejeição caiu. Marina é quem dá sinais de ser inviável agora.

Por quê?

Não é algo definitivo. Temos um outro processo eleitoral à frente. Mas é o que os dados nos revelam agora. As últimas três ou quatro rodadas de pesquisas mostram que Marina vem tendo  recuo na intenção de voto levantamento a levantamento. Esse recuo para um padrão de segundo turno é extremamente preocupante.

E Aécio Neves? Está fora da disputa?

O tempo conspira contra ele. O Aécio teve uma desidratação eleitoral muito rápida com a chegada da Marina. Ele estava na faixa de 22 % a 23%, e caiu para 15%. Foi um tombo. Ele recuperou poucos pontos, mas não serão suficientes. A campanha dele deixa mensagens simbólicas para o PSDB.

Quais?

O partido tem pouca sensibilidade social. Eles continuam errando em não tocar em questões centrais ao eleitor. Provavelmente, o PSDB deixará de ser um ator central na política brasileira. O partido está muito perto de perder Minas e ficar apenas com São Paulo dentre os estados principais da Federação. Se Marina ganhar, é pior ainda para os tucanos. O papel de oposição naturalmente será do PT, restando ao PSDB ir para o governo. E, lá, o partido dificilmente terá um protagonismo.

Marina recuou nas pesquisas após os ataques do PT. O pragmatismo petista venceu o sonho marineiro?

O que é o sonho? O sonho é uma questão coletiva. Agora, a questão individual ainda é o que decide a eleição no Brasil. O eleitor quer saber dos seus direitos. Pega um sujeito que não era atendido por política nenhuma. Ele vai votar em cima do que ele foi ou não atendido. Assim como setores empresariais tentam influenciar por conta do rumo da política econômica. Então, o que se classifica como "sonhático" está no campo ideológico, está acima desses interesses de grupo. E, hoje, é praticamente impossível colocar uma ideia dentro da sociedade como prioritária.

Então não existe a "nova política"?

Vamos analisar. A jornada de junho fracassou porque não teve liderança e não teve interlocução. Acreditar que a sociedade tem que depender menos de lideranças, conforme afirmaram interlocutores de Marina, é ilógico. Lideranças são fundamentais. Essa história maluca de que vamos governar com os melhores não existe. O próprio João Paulo Capobianco deu uma entrevista (dizendo) que, do ponto de vista de quem quer fazer articulação partidária, foi um desastre. Ele disse querer diminuir a importância dos líderes partidários na sociedade. Isso tudo foi um desastre e diminuiu a capacidade de agregar novos aliados. Ao mesmo tempo, Marina acaba se contradizendo ao subir em palanques como o do (Paulo) Bornhausen em Santa Catarina.

O que se pode projetar para a disputa do segundo turno?

Marina terá que partir para desconstruir o governo Dilma e tentar mostrar que poderia ser diferente, e que o caminho pode ser outro do que ficar brigando com imagem. Ela terá que fugir dessa seara. Mas vai sofrer com a falta de máquina partidária e principalmente de palanques nos estados. Toda a condução política de Marina no primeiro turno só fez com que ela diminuísse a capacidade de se tornar competitiva. Já Dilma terá de mostrar que a instabilidade e a insegurança de Marina podem influenciar diretamente na governabilidade. Dilma vai ter que forçar Marina a assumir posições, pois sabe que ali estão as fragilidades da ex-senadora.

 Leia também: Marina desdenha da luta dos mais pobres por políticas públicas governamentais

 Pesquisa Datafolha nos estados, veja os números:



 Rio Grande do Sul

Dilma  lidera com folga a disputa pela Presidência no Rio Grande do Sul, segundo o Datafolha. Com 44% das intenções de voto, Dilma é seguida por Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), que tem 19% cada. Na pesquisa anterior, Dilma tinha 39%, Marina, 24% e Aécio, 17%.

No Rio

No Rio de Janeiro,  Dilma Rousseff (PT) e Marina  estão tecnicamente empatadas na liderança. Marina aparece com 36%, enquanto Dilma saiu de 30% no levantamento anterior para 33% das intenções de voto agora. Aécio Neves, candidato do PSDB, é o terceiro com 14%.

Pastor Everaldo (PSC) e Luciana Genro (PSOL) têm 2% das intenções de voto cada. Eduardo Jorge tem 1% e os outros candidatos não atingiram esse porcentual. Indecisos são 5% e brancos e nulos somam 6%.

Queda de Marina em Minas

A presidente Dilma Rousseff (PT) tem, segundo pesquisa Datafolha, sete pontos porcentuais de vantagem sobre Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, Estado natal de ambos. A candidata do PT subiu  de 33% e está agora  36% das intenções de voto em pesquisa divulgada no último dia 26, na comparação com o levantamento anterior, feito em 9 de setembro. Aécio passou de 26% para 29%, descolando de Marina Silva (PSB), que tinha 25% e agora aparece com 19% das intenções de voto no Estado.

Pastor Everaldo (PSC) e Luciana Genro (PSOL) têm 1% cada. Os outros candidatos não atingiram esse porcentual. Brancos e nulos são 5% e 9% não souberam responder.

Marina cai de 40% para 34% em SP, diz Datafolha

Em São Paulo,  Marina Silva (PSB) perdeu espaço e caiu de 40% para 34% das intenções de voto. Ela é seguida por Dilma Rousseff (PT), com 27% - um ponto a mais do que no levantamento do dia 9 de setembro. O candidato do PSDB, Aécio Neves, subiu de 16% para 22% das intenções de voto no Estado de São Paulo.

Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Zé Maria (PSTU) têm 1% cada. Brancos e nulos somam 7% e os indecisos são 4%. 

Em Brasilia

No Distrito Federal, região liderada por Marina, Dilma subiu três pontos percentuais, de 22% para 25%. No mesmo período, a ex-senadora perdeu seis pontos percentuais, caindo de 43% para 37%.

Pernambuco

Em Pernambuco, reduto eleitoral do PSB, Dilma conquistou melhores resultados, subindo de 38% para 42% na pesquisa de intenção de votos.

 A candidata do partido do ex-governador do Estado, Eduardo Campos, apresentou queda de cinco pontos percentuais e agora tem 40% das intenções.

Paraná

No Paraná, Dilma lidera com 33%. Marina   caiu de 25% para 24%.

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