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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Bancada por banqueira, Neca dá R$ 2 mi a Marina


Além de coordenar o programa de governo de Marina Silva (PSB), a acionista do banco Itaú e educadora Maria Alice Setubal é a terceira maior doadora individual nestas eleições. Até o começo de setembro, Neca, como é conhecida, havia dado R$ 2.010.200 a candidatos do PSB (16), PV (3), PDT (2) e PPS (1). As doações têm como destinatários concorrentes em 13 Estados e no Distrito Federal. Os valores também variam. Os beneficiados são políticos ligados à Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentou criar sem sucesso no ano passado.

As maiores doações foram de R$ 200 mil. Além de Marina - por meio do comitê financeiro da candidatura presidencial do PSB -, receberam essa quantia candidatos a deputado federal em São Paulo (José Gustavo Fávaro) e Tocantins (Rafael Boff), e o candidato a governador do PSB no Amazonas, Marcelo Ramos Rodrigues.

Neca fez ainda seis doações de R$ 130 mil para candidatos à Câmara e ao Senado - como Eliana Calmon (PSB-BA) e Reguffe (PDT-DF). As demais doações são de R$ 70 mil e R$ 10 mil, para candidatos a deputado estadual e federal da Bahia a Santa Catarina. Em comum, a maioria tenta se colocar no perfil de “novo”: jovens, estreantes nas urnas ou defensores da bandeira da renovação.
Neca também deu  R$ 1 milhão para um instituto fundado por Marina em 2013, além de ter pago sálarios e despesas.


Líderes.

 Neca só ficou atrás de outros dois grandes empresários no ranking de maiores doares como pessoa física: Alexandre Grendene Bartelle (R$ 2,4 milhões) e Marcelo Beltrão de Almeida (R$ 2,3 milhões).

O primeiro é um dos fundadores da Grendene, que, segundo a Forbes, é a maior fabricante de sandálias do mundo. Seu patrimônio é estimado pela revista em US$ 1,6 bilhão. Suas doações se concentram nos dois Estados onde a Grendene tem mais interesses: o Ceará (onde fica a maior fábrica) e o Rio Grande do Sul (local da sede administrativa da empresa).

Alexandre foi acompanhado nas doações por três parentes: Pedro Grendene Bartelle (R$ 1,5 milhão), Maria Cristina (R$ 1 milhão), Pedro Bartelle (R$ 625 mil) e Giovana Bartelle Velloso (R$ 375 mil). Juntos, os quatro doaram R$ 5,9 milhões. Como pessoa jurídica, a Grendene doou R$ 1,7 milhão.

Segundo maior doador, Marcelo Beltrão de Almeida (PMDB-PR) é suplente de deputado federal e concorre a uma cadeira no Senado. Marcelo é herdeiro da CR Almeida, uma das maiores empreiteiras do País - e doadora de R$ 9,4 milhões nestas eleições. A maior doação do candidato a senador foi para si próprio: R$ 2,2 milhões. O resto foi para candidatos a deputado estadual do PMDB no Paraná.Estadão

Em 2010, Neca e Itaú deu 1 milhão para marina

Em 2010, o Itaú doou um milhão de reais para a campanha de Marina Silva. Nos bastidores, há quem diga que a financiadora da campanha poderá dar as cartas na gestão de Marina. Maria Alice exibe com orgulho a afilhada política em seu site e sua página no Facebook. Neca é acionista da holding Itausa, onde tem 1,29% do capital total (conforme imagem). Isso significa cerca de R$ 792 milhões, tendo em vista que o valor de mercado da Itausa está perto de R$ 61,4 bilhões.



Vale lembrar que o Itausa controla o banco Itaú Unibanco, o banco de investimentos Itaú BBA, e as empresas Duratex (de painéis de madeira e também metais sanitários, da marca Deca), a Itautec (hardware e software) e a Elekeiroz (gás). Por inúmeras vezes, o sobrenome Setúbal aparece na lista de acionistas do Itausa. Neca herdou sua participação do pai, Olavo Setúbal, empresário e político. Foi prefeito de São Paulo, indicado por Paulo Maluf, e ministro das relações exteriores do governo Sarney. Olavo morreu em 2008. Um dos pontos principais dessa passagem pelo governo Sarney foi estreitamento de relações entre os países do Cone Sul da América Latina.

Contradições
 
Em agosto de 2013 - no governo Dilma Rousseff - a Receita Federal autuou o Itaú Unibanco. O Itaú Unibanco foi  intimado na quinta-feira (21), pela Receita Federal, a pagar R$ 18,7 bilhões em impostos relacionados à fusão com o Unibanco, que originou o maior banco privado do país, em 2008.

O Itaú já havia sido autuado pela Receita em agosto do ano passado, em decorrência dos instrumentos contábeis usados para a unificação das operações. A instituição reafirmou que irá recorrer da decisão e que considera "remoto" o risco de perder a causa.

Segundo uma nota enviada ao mercado em agosto, a Receita Federal cobrou do Itaú R$ 11,845 bilhões em Imposto de Renda (IR) e mais R$ 6,867 bilhões em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), acrescidos de multa e juros.

A nota do banco, na época, explicava que a Receita discordava da forma societária adotada para unificar as operações do Itaú e do Unibanco. No entendimento do Fisco, o Itaú Unibanco teria deixado de recolher os valores em 2008, informou o comunicado.

O banco disse, contudo, que a operação na forma sugerida pela Receita não encontra respaldo nas normas aplicáveis às instituições financeiras.

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