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sábado, 23 de agosto de 2014

Polícia Federal investiga se sócio de Campos é dono de jatinho



A Polícia Federal investiga se o sócio do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Aldo Guedes Álvaro, é o verdadeiro dono do jato Cessna Citation 560 XLS, prefixo PR-AFA, que caiu no dia 13, em Santos (SP), matando o candidato à Presidência do PSB e mais seis pessoas.

Homem de confiança de Campos, Guedes era seu sócio na Fazenda Esperança, área de 210 hectares, e na Agropecuária Nossa Senhora de Nazaré, em Brejão (PE). Ele também é casado com uma prima da família.

Agentes da PF já sabem que Guedes intermediou a compra feita em nome de três empresários pernambucanos e cuidou da contratação dos pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha, que morreram no acidente no litoral paulista.

Agora, a PF tenta provar que os três empresários que assumiram a compra seriam “laranjas” usados para ocultar o verdadeiro dono do jato. A aeronave é avaliada em US$ 8,5 milhões. Além de ocultação de patrimônio e sonegação fiscal, será apurado o aspecto eleitoral sobre o uso da aeronave na campanha.



O avião era de uso privado e está registrado em nome da AF Andrade, do Grupo Andrade (proprietários de usinas), com sede em Ribeirão Preto (SP). Pela Lei Eleitoral, o dono só poderia emprestar a aeronave para o candidato se trabalhasse com o aluguel ou venda de aeronaves. Se foi adquirido pela campanha, não está na prestação de contas da Justiça Eleitoral.

A AF Andrade, que está em processo de falência, só comunicou o negócio de venda à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) depois do acidente.

Os compradores seriam os empresários João Carlos Lyra Pessoa Monteiro de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Freire Bezerra Leite - todos de Pernambuco, donos de factorings e importadoras.

Quem assumiu os custos do leasing foram as empresas BR Par Participações Ltda. e Bandeirantes Companhia de Pneus Ltda., de Apolo Vieira.

Em nota, a Bandeirantes Pneus informou que estava em negociação de compra e que o jato só não havia sido transferido porque a Cessna Finance - que detém os direitos da aeronave até o leasing ser quitado - não havia aprovado as garantias das empresas para a transação.

A PF solicitou os contratos dessa negociação e começou a cruzar os dados das duas empresas e dos empresários para tentar saber se eles poderiam ter comprado o avião.

Aliado. Guedes, que ainda não tinha aparecido nessa história, acompanhava Campos desde a época em que era deputado federal. Atual presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), ele foi nomeado para o cargo em 2007, quando Campos assumiu o governo do Estado.

Antes, foi levado para o Ministério da Ciência e Tecnologia em 2004, quando Campos assumiu como ministro. Ele ocupou cargo de coordenador-geral de captação de recursos. Informações O Estado de SP

Silêncio sobre o uso do jatinho

Dez dias após o acidente aéreo que vitimou o presidenciável do PSB, Eduardo Campos, e mais seis pessoas, a coordenação da campanha e o partido evitam falar sobre responsabilidades no caso. Procurados pelo Correio, a direção da legenda e o comitê de campanha da coligação encabeçada pelo partido evitaram comentar o assunto. "Não temos ainda informação sobre isso. A partir da próxima semana, vamos começar a estudar o cenário para definir o que será feito", disse o advogado da campanha presidencial, Ricardo Penteado. Por meio da assessoria, o PSB informou que não comentaria a questão.

Ao menos 50 pessoas aguardam indenização, depois de terem seus imóveis danificados durante o acidente. No total, 10 imóveis do bairro do Boqueirão, em Santos, tiveram de ser desocupados pela Defesa Civil. Ao menos 11 pessoas que estavam em solo se feriram na tragédia. Uma academia de ginástica, um restaurante e uma clínica veterinária foram os imóveis mais atingidos.

Em São Paulo, a Polícia Civil e a Polícia Federal abriram investigações para determinar quem são os verdadeiros donos do avião e, portanto, responsáveis pelas indenizações às vítimas. Por meio de nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o jatinho, que vinha sendo usado por Marina Silva e Eduardo Campos desde o período de pré-campanha, continuava sob propriedade da fabricante americana Cessna.

Segundo reportagem do jornal O Globo, a aeronave não poderia ser usada pela campanha do presidenciável, de acordo com a legislação que regulamenta as doações e a prestação de contas dos candidatos no pleito de 2014. O jatinho, que pertencia formalmente à fabricante americana de aeronaves Cessna, estava arrendado para uma empresa usineira de São Paulo, a AF Andrade, e não poderia ter sido cedido à campanha do PSB. De acordo com a Resolução nº 23.406, de 2014, do TSE, as empresas só podem ceder o uso de bens e mercadorias a candidatos se eles estiverem relacionados ao ramo de atividade da empresa, o que não era o caso. Por meio do advogado, a AF Andrade reforçou não ser a proprietária do jatinho. Ele disse ainda que a operação de leasing havia sido repassada antes do acidente aos empresários pernambucanos Apolo Santana Vieira e João Carlos Lyra. 

1 Comentários:

Ignez disse...

Pois, é...Ninguém pode avalizar um(a) candidato(a) que esteja "se lixando", sendo "espertinho", buscando "levar vantagem em tudo" diante de uma legislação que deve ser obedecida por todos os candidatos. Marina, esperta e cavilosa, continua usando o defunto, cuja morte é muito suspeita, e cuja propriedade do objeto causador está sendo investigado. Ela vai tirando dividendos do embroglio... Até quando?

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