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terça-feira, 26 de agosto de 2014

O que diz o Ibope? Agora é Dilma x Marina.

Os números do Ibope (abaixo) não me convencem, porque Dilma está com intenções de votos exatamente igual sua avaliação de ótimo e bom no próprio Ibope. Na simulação de segundo turno ela sobe só 2 pontos. Claro que há poucos eleitores dos outros que avaliam o governo como bom, mas há também boa parte de quem avalia regular que vota nela. E também não creio que Aécio tenha preservado 19% do eleitorado se Marina subiu tanto. Alguma (ou muita) coisa está inflada nestes números. Mas a pesquisa serve para confirmar uma tendência: a polarização entre Dilma e Marina.

Não é impossível Aécio recuperar o segundo lugar, mas será muito difícil. Ele já vinha tendo um teto em torno dos 20%. Isto parece ser o piso de Marina, mesmo que ela caia um pouco nas próximas semanas. Para Aécio ter chances, precisará do PIG (Partido da Imprensa Golpista) vestir sua camisa na desconstrução de Marina, o que é duvidoso ocorrer, pois a imprensa demotucana deve querer preservar Marina como plano B anti-Dilma, ou já torná-la plano A se ela vender a alma ao demotucanato para ser eleita, como parece estar fazendo.

Marina pode estar vivendo seu melhor momento, pois ela aproveita seu recall de 2010, sua baixa rejeição até agora, de quem teve sua imagem sempre preservada no noticiário, e a exposição só positiva no manchetômetro (o avião fantasma e outras contradições ainda são pouco conhecidas do grande público).

O eleitor que diz ter intenção de votar nela está apenas "namorando", mas se o cidadão perceber que mal começou o "namoro" e já leva "chifradas" com o Banco Itaú, com a privataria tucana de José Serra e FHC, com Bornhausen, Heráclito Fortes e sabe-se lá quem mais, o namoro pode acabar antes mesmo das eleições, seja no primeiro, seja no segundo turno. Por isso é cedo para dizer que as intenções de votos que ainda não são firmes se consumarão nas urnas. Tão cedo como dizer que uma paixão de adolescente em um fim de semana se converterá em casamento.

Por um lado, com todas ressalvas aos números do Ibope, para Dilma é melhor Marina subir rápido agora do que lentamente e chegar forte na época do segundo turno. Isto porque todos os holofotes se viram para Marina desde já e a obriga a sair da zona de conforto. Seus defeitos e contradições aparecem, as cobranças são observadas com atenção pelo eleitor e seu discurso é colocado à prova confrontando com os fatos. Aí a onda pode esvaziar um pouco. Seu próprio discurso de antipolítica corre o risco de chegar até as eleições com sinais de fadiga de material, por soar falso no momento em que ela flerta e busca alianças com fantasmas do passado, como a privataria tucana de José Serra, FHC e do Banco Itaú.

Estas subidas rápidas são movimentos de impulso emocional e do inconsciente, que geralmente desce um pouco quando passa a euforia. Subidas lentas são racionais, a partir do convencimento, da consciência, e é neste terreno que Dilma tem mais bala na agulha para convencer o eleitor, porque ela não tem só sonhos e promessas abstratas para oferecer. Dilma tem o que mostrar, tanto no que fez durante seu governo no país e na vida real das pessoas, como naquilo que precisa continuar fazendo e no planejamento do futuro para o Brasil atingir seu ideal.

Para quem duvida deste meu argumento e acha que estou apenas sendo otimista, lembre-se que passada a euforia das manifestações de junho de 2013, as intenções de votos de Marina, racionais e conscientes, estavam em queda, depois de ter subido muito. Se ela tivesse criado o seu partido e continuasse candidata exposta a desgastes, é muito provável que suas intenções de votos estivessem bem mais baixas, polarizadas com Aécio, tendo Dilma bem à frente.

Não será uma eleição fácil, como as outras não foram, e exigirá bastante de Dilma, de Lula, da militância e do ativismo de nós, lulistas, mas a presidenta costuma crescer e ter seu melhor desempenho justamente quando está sob pressão, como aconteceu em 2010, no início do segundo turno.

E Dilma ainda tem o melhor mapa do melhor caminho para levá-la à vitória, além de ter Lula. Aécio se perdeu na mata e dificilmente reencontrará o rumo. Marina vive um excelente momento eleitoral, mas também não tem um caminho fácil pela frente. Parece que todos os caminhos estão abertos para ela, mas são como os labirintos. A maioria leva de volta ao ponto de partida, isso se não cruzar com um minotauro pelo caminho.


2 Comentários:

Ignez disse...

Marina não diz nada. Mente. Inventa e engana dizendo: "Chico Mendes também era elite." Elite, onde?! O cinismo dela é de lascar! Como pode distorcer tanto os fatos, fazer-se de santa e dizer que quer "governar" com todos?! A boçalidade da ausência de tudo, resulta nesse imenso vazio que ela é. A elite (singularmente identificada na escala social) pode estar forjando um novo Collor.

Paulo Franco disse...

Galera, veja essa análise rapidnha, que fiz, focando a pesquisa espontânea que a mídia esquece (sem querer, querendo) de mostrar: CORRIDA PRESIDENCIAL: ENTRE A EUFORIA E O DESESPERO
http://pafranco2005.blogspot.com.br/2014/08/corrida-presidencial-entre-euforia-e-o.html

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