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sábado, 1 de dezembro de 2012

Bancos derrubam PIB com queda de juros. Bom ou ruim?

O crescimento do PIB brasileiro no 3o. trimestre foi menor do que o esperado (0,6% em relação ao 2o. trimestre, ou 0,9% em relação ao mesmo período de 2011, pelos dados do IBGE). Até a área econômica do governo esperava mais. Mas o bicho não é tão feio quanto parece, e os baixos índices de desemprego é a maior prova disso. Significa que na economia real, está havendo produção para exigir mão de obra.

O maior vilão do PIB foi o setor de serviços, com crescimento zero. E dentro desse setor, os serviços financeiros recuaram 1,4%. O motivo? A queda da taxa de juros. Com isso, os bancos estão ficando com menos dinheiro do bolo da economia.

Assim, essa parte que impactou no PIB não é má notícia, porque é parte de um ciclo virtuoso iniciado, que está em curso, e dará seus resultados nos próximos trimestres. Com juros baixos, tornam-se mais atrativos outros investimentos produtivos que, certamente, crescerão daqui para frente.

A análise do economista Márcio Pochmann vai neste caminho. Eis sua visão (reproduzido da Rede Brasil Atual):

Pochmann: país sai da 'financeirização' para economia baseada na produção

Ex-presidente do Ipea afirma que expansão do PIB no terceiro trimestre, de 0,6%, é atenuada pela continuidade no processo de distribuição de renda, e vê país 'pavimentando' desenvolvimento sustentável

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual

São Paulo – Embora nos dois últimos anos o Brasil tenha tido desempenho aquém de suas possibilidades, o que preocupa do ponto de vista conjuntural, o economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), destaca as mudanças estruturais em curso no país e critica o que chama de falta de melhor entendimento em algumas análises. Ele observa que há uma transição, longa, de uma economia de “financeirização da riqueza” para uma economia mantida pelo investimento produtivo. “Passamos duas décadas (1980 e 1990) em que a economia não cresceu sustentada pelos investimentos produtivos, mas pela financeirização, juros altos, levando a um quadro de regressão social. Havia setores que viviam às custas do assalto ao Estado”, afirma. “Vai crescer pouco este ano, mas é um crescimento que permite reduzir a pobreza e a desigualdade de renda.”

Pochmann lembra de decisões tomadas no início do governo Lula, baseadas na visão de que o Brasil tinha uma economia com elevada capacidade ociosa. Com Dilma, “estamos pavimentando um caminho de desenvolvimento sustentável”, avalia o economia. “Só não vê quem não quer.” Ele cita fatores como o pré-sal, nacionalização de setores produtivos e a política de concessões, “que não têm nada a ver com as privatizações dos anos 1990”. E diz ver "grande sintonia entre as decisões cruciais de Lula e Dilma".



Ele lamenta que a comparação com outras economias não tenha sido feita naquele período, quando havia um ciclo de expansão mundial. “Em 1980, éramos a oitava economia e em 2000, a 13ª. Na segunda metade dos anos 1990, até o México ultrapassou o Brasil. E agora estamos caminhando para ser a quarta economia.”

O economista disse que gostaria de ver mais “ousadia” do governo, com, por exemplo, mais articulação com os demais países do continente, especialmente pensando na competição com a China. “O Brasil poderia ajudar a reorganizar esse espaço, a partir de políticas de caráter supranacional."

Ao acompanhar as projeções de 4% para o crescimento da economia em 2013, Pochmann não vê o país com problemas estruturais, mas em um momento de "desincompatibilização" entre decisões privadas e públicas. "As decisões de investimento não resultam imediatamente. O investimento requer decisões mais complexas, significa ampliar a capacidade de produção", afirma.

Ele vê Lula como um "estrategista", do ponto de vista da política de juros, que em seu governo teve redução gradual. Não adiantaria uma queda dramática, diz ele, se não houvesse alternativas de deslocamento dos recursos "financeirizados" para a produção, com o Estado criando condições para o investimento. Mudanças, sublinha, em uma nova realidade política, dentro da democracia e com uma nova maioria. "O investimento financeiro está perdendo para o investimento produtivo", reafirma Pochmann. "Estamos voltando a ter capacidade de fazer política macroeconômica e industrial."

4 Comentários:

Anônimo disse...

Sou leitor assiduo do teu Blog. Você não acha que o IBGE também é aliado dos oposicionistas. No Governo de FHC, quando nós tivemos uma recessão violenta, chegavamos a crescer 2,4%. Como pode ser isso? Agora que o Brasil tá bombando, não cresce nem l%. Aí tem!

Ana Cruzzeli disse...

Concordo plenamente.
Esse dado ai de encolhimento dos serviços derivativos do sistema financeira é chocante. Não sabia que era tão substancial, eu não sei como não percebi isso antes. As ligações para cartão de credito aqui em casa cairam quase a zero nos ultimos anos.

A mudança da selic assoaciada a caderneta de poupança pode colocar esse 2012 como o ano da virada, como o evento historia mais importante para os trabalhadores.

Vivemos o pleno emprego, isso é que importa.
De agora em diante o crescimento será realmente da produção, mas todo cuidado é pouco o STF junto ao judiciário de segunda estancia a mando do grande capital vai ainda fazer muita coisa para atrapalhar os governos de esquerda. Pelo visto o Cachoeira, Pinheirinho são só a ponta do iceberg.

Anônimo disse...

ESTADISTA LULA ESTE É UM ALERTA DA UNICA REVISTA VERDE AMARELA DO BRASIL: CARTA CAPITAL !
Da Edição Especial da Carta Capital, dedicada ao tema “Dilma e o seu tempo”:


DILMA E O DESTINO

(…)

A “Operação 2014”, desencadeada pela mídia contra Lula e contra o governo não arrefecerá certamente na perspectiva do pleito do ano próximo. De certa maneira, a campanha eleitoral já partiu e definiu seus temas recorrentes. Sim, os tempos mudaram e os porta-vozes do poder real não alcançam a maioria da Nação. Sobram, porém, os problemas criados dentro do PT, da base governista e até do governo. Semeados inclusive pelo Supremo Tribunal Federal, lunaticamente inclinado a subverter as regras basilares da democracia e a agredir a Constituição. Será que o ministro da Justiça tem mesmo de resignar-se diante de tanto descalabro?

Assustam, sejamos claros, um STF e um procurador-geral da República claramente engajados na Operação 2014. Para seu próprio bem, cabe ao governo uma reação à altura, também em outra frente, para reestruturar o Partido dos Trabalhadores, hoje dividido, depauperado e em estado de confusão. Neste campo, a intervenção do fundador é indispensável. Lula é o líder em condições de conduzir o partido no retorno ao passado, para reencontrar aquela agremiação que o sustentou por três eleições e enfim o levou à Presidência em 2002.

Anônimo disse...

ESTADISTA LULA ESTE É UM ALERTA DA UNICA REVISTA VERDE AMARELA DO BRASIL: CARTA CAPITAL !
Da Edição Especial da Carta Capital, dedicada ao tema “Dilma e o seu tempo”:


DILMA E O DESTINO

(…)

A “Operação 2014”, desencadeada pela mídia contra Lula e contra o governo não arrefecerá certamente na perspectiva do pleito do ano próximo. De certa maneira, a campanha eleitoral já partiu e definiu seus temas recorrentes. Sim, os tempos mudaram e os porta-vozes do poder real não alcançam a maioria da Nação. Sobram, porém, os problemas criados dentro do PT, da base governista e até do governo. Semeados inclusive pelo Supremo Tribunal Federal, lunaticamente inclinado a subverter as regras basilares da democracia e a agredir a Constituição. Será que o ministro da Justiça tem mesmo de resignar-se diante de tanto descalabro?

Assustam, sejamos claros, um STF e um procurador-geral da República claramente engajados na Operação 2014. Para seu próprio bem, cabe ao governo uma reação à altura, também em outra frente, para reestruturar o Partido dos Trabalhadores, hoje dividido, depauperado e em estado de confusão. Neste campo, a intervenção do fundador é indispensável. Lula é o líder em condições de conduzir o partido no retorno ao passado, para reencontrar aquela agremiação que o sustentou por três eleições e enfim o levou à Presidência em 2002.

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