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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Barriga do Estadão:Reportagem deturpa pesquisa que elogia governo Lula

A  reportagem deturpa a pesquisa da Prof. Maria Celina, que está disponível em http://desigualdadediversidade.soc.puc-rio.br/media/09%20DeDespecialArt%2005Celina1.pdf

Ao contrário do que afirma a reportagem, lá não há discussão sobre os valores dos DAS nem sobre a questão da apuração de irregularidades. Inclusive fala que:

"Os resultados da pesquisa para o governo Lula da Silva mostraram que os dirigentes públicos integram um grupo de profissionais, em sua maioria, de carreira no serviço público, formados em boas e tradicionais escolas, com alta titulação, com forte presença técnica em áreas estratégicas do governo e com vasta experiência em cargos da administração pública. Ao mesmo tempo, evidenciaram tratar-se de uma elite altamente politizada, partidarizada, sindicalizada, com altos índices de engajamento social. Observamos também a presença expressiva de certas profissões, algumas não tradicionalmente identificadas com as funções públicas, como a dos cientistas sociais. Avaliamos as experiências anteriores desses profissionais, sua formação acadêmica e suas capacidades específicas e concluímos que, em geral, mostram competência para ocupar funções públicas, ao contrário de uma percepção corrente que aponta para as altas taxas de clientelismo na ocupação dos cargos de confiança."

Mas a "barriga" é o valor dos DAS. Segundo a Tabela de remuneração dos servidores públicos federais, disponível em http://www.servidor.gov.br/publicacao/tabela_remuneracao/tab_remuneracao/tab_rem_11/tab_57_2011.pdf, página 496, o valor dos DAS é :


DAS 101.6 e 102.6 R$ 11.179,36

DAS 101.5 e 102.5 R$ 8.988,00

DAS 101.4 e 102.4 R$ 6.843,76

e não os vinte e poucos mil ditos na reportagem...

Segue a reportagem:
Lula deu mais cargos a militantes do que FHC

Autor(es): LUCIANA NUNES LEAL

O Estado de S. Paulo - 28/12/2011


Estudo diz que, na gestão do petista, 40% dos comissionados com filiação eram do PT


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só abriu mais espaço que seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, a militantes partidários nos cargos comissionados como privilegiou o PT na distribuição dessas vagas, preenchidas sem concurso público. Já os filiados a partidos de oposição não tiveram lugar entre os comissionados no governo Lula.

Pesquisa da cientista política Maria Celina D"Araujo, da PUC-RJ, mostra que, na gestão de Lula (2003-2010), 12,6% dos ocupantes de cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS) eram filiados a partidos políticos, proporção quase duas vezes maior que os 6,5% da administração tucana (1995-2002). Na elite dos cargos comissionados, os DAS-6, a proporção de filiados chegou a 38% no governo do petista, ante 20% do tucano.

Para Maria Celina, a presença de servidores filiados a partidos políticos não é, por si só, um ponto negativo. "O que faz a diferença é como os governantes e os dirigentes a quem a burocracia se reporta vão usar a máquina pública. É deles a responsabilidade. No governo Fernando Henrique houve preocupação em mandar apurar irregularidades. O presidente Lula teve uma posição de contemporizar com os malfeitos, que a presidente Dilma não tolera", disse ela.

Segundo o Ministério do Planejamento, há 22 mil ocupantes de cargos DAS no governo. A elite da categoria são os 1.050 funcionários DAS-5, com salário de R$ 20.266,73 mensais, e os 217 DAS-6, que ganham R$ 22.801,67. Há ainda 53 cargos de natureza especial (NES), com salário mensal de R$ 22.801,67. (???)

Entre os comissionados com filiação partidária do governo Lula, 40% eram do PT. Na gestão Fernando Henrique, 20% dos comissionados com filiação partidária eram do PSDB e a mesma proporção era do PMDB, partido que pertencia à base do tucano, migrou para o governo Lula e agora ocupa a Vice-Presidência com Dilma Rousseff. Não havia filiados ao PSDB entre os comissionados do governo Lula, ao passo que, no governo FHC, 10% de ocupantes desses cargos de confiança eram petistas.

"De maneira explícita nota-se uma distribuição mais equilibrada entre os partidos da base no governo FHC. O PT, na oposição, teve uma fatia de cargos de confiança semelhante à de partidos da base como o DEM e o PP. O dado confirma nossa hipótese de que no governo do PSDB não houve uma política de exclusão partidária, pelo menos entre os partidos eleitoralmente mais expressivos naquela ocasião. No governo Lula, a concentração de filiados ao PT foi alta entre as nomeações para os cargos de dirigentes públicos ou para o ministério", diz Maria Celina no estudo "PSDB e PT e o Poder Executivo", publicado pelo Departamento de Sociologia da PUC.

A pesquisadora comparou a lista de comissionados com a relação de filiados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em estudo anterior, publicado no ano passado, Maria Celina mostrou que 46% dos ocupantes de cargos DAS no governo Lula eram filiados a sindicatos. A professora ainda não concluiu a comparação com a gestão FHC.

O estudo divulgado agora apontou também a presença significativa de servidores públicos entre os filiados do PT, o que não se repete entre os militantes tucanos. "O PT já está dentro da máquina pública, é o partido de referência dos funcionários públicos. O PSDB é mais ligado às elites", afirma a professora. A proximidade do PT com o funcionalismo público, onde são altos os índices de sindicalização e partidarização, é uma das razões para a presença maciça de petistas nos quadros federais.

Em entrevista a Maria Celina, FHC afirmou que "o PSDB não se caracteriza como um "partido demandante", ou como um partido de militância, o que permitiu ao seu governo ter mais margem de ação para empreender uma administração cooperativa com os demais partidos".

Na avaliação de Maria Celina, "a maior concentração de petistas no governo de Lula derivaria desse aspecto militante e mobilizador do PT, que historicamente foi bem-sucedido na aproximação com os movimentos sociais e com os servidores públicos". Segundo ela, o Brasil "tem o melhor funcionalismo da América Latina"

Colaboração do nosso leitor Marcus Braga

8 Comentários:

Anônimo disse...

Eu entendia que o gov. FHC era corrupto mas não pensava que era tão corrupo quanto o que afirmava o jornalista Hélio Fernandes - Taxativamente! Eugênio

Luciano disse...

KKKKKKKKKKKKK essa Luciana é muais uma que vendeu a alma ao Diabo( Estadão). Será que essa víbora consegue dormir??

josé lopes disse...

Não entendi bem. A pior deturpação, se é isso abaixo:

"É deles a responsabilidade. No governo Fernando Henrique houve preocupação em mandar apurar irregularidades. O presidente Lula teve uma posição de contemporizar com os malfeitos, que a presidente Dilma não tolera", disse ela."

Se for isso é caso de polícia. Por isto é que os donos das mídias não querem um Conselho Federal de Jornalismo!

Anônimo disse...

Eles vão ficar, no mínimo, duas décadas e meia fora do governo. Isso não tem preço! Parte do PSDB estará morta, outra parte demente, uma parte perdida e outra parte sem entender o que aconteceu (se aconselhando com a octogenária urubóloga).

Ary

Herminio disse...

Qualquer coisa vindo do pig é no mínimo suspeito.

Veralula disse...

Só faltava o presidente Lula e a presidenta Dilma colocar os ladrões tucanalhas em cargos (de confiança) comissionados!!!!

Gentalha hipócrita!!!

Ailton C disse...

Felizmente poucos são os que assimilam as notícias e não verificam os fatos, portanto não vão alterar o bom momento que vive o Brasil.
Graças a blogosfera, nossos olhos estão sempre abertos com a contribuição de bloguistas sérios e que não engolem as falsidade.
A blogosfera mostra a sua força e os grandes meios de comunicação a sua partidarização oposicionista.

Anônimo disse...

Pai zeloso
Os jornais especializados na área econômica publicaram uma informação que passou despercebida nos círculos dos que lutam por uma escola pública e pela ética na política.

Está em curso mais um negócio lucrativo: a Brasil Education. Trata-se de uma sociedade entre donos da Gulf e a Prismapar, consultoria estratégica de educação fundada em 2002 por Renato Souza Neto (filho do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, morto este ano). “Já assinamos contrato com algumas instituições e estamos negociando com outras dez “, revelou Souza ao Estado. “Nosso foco é amplo. Queremos tanto universidades como escolas de ensino técnico e profissionalizante.”

Os sócios da Gulf e a Prismapar devem ter entre 20% e 25%. “O prazo para o IPO acontecer é de 18 meses. Ou seja, temos até 2013. Nesse período, a escola não pode negociar com ninguém”, explica Souza. A ideia é “amarrar” a maior parte das empresas em 2012. No radar da Prismapar estão 15 a 20 escolas, com receitas que variam de R$ 20 milhões a R$ 60 milhões. No fim, formaria um grupo com R$ 500 milhões de receita.
A Prismapar é uma consultoria de assessoria financeira, estratégica e de desenvolvimento de novos negócios. Assessoramos nossos clientes em processos de expansão, fusões e aquisições, venda de participação acionária e captação de recursos junto a bancos, fundos de investimentos ou mercado de capitais.

Dentre os clientes da Prismapar são citados em seu site o Grupo Mackensie, o Grupo Positivo, o Grupo Santilanna, a FECAP, a ETEP, a Whitney International University System, dentre outras empresas do mercado privado educacional.

O que não foi falado na reportagem?

1. Que o pai (Paulo Renato Souza) foi o principal responsável pela desregulação do setor privado educacional, permitindo que o setor tivesse crescimento exponencial durante sua gestão.

2. Criada em 2002 (ano em que acabou o governo tucano) a empresa do filho do ex-ministro herdou clientes diretamente beneficiados pelos atos do pai.

3. Agora, numa operação financeira, a empresa que seu filho lidera, consorciada com outro grupo financeiro, passará a ser dono de 15 a 20 instituições educacionais.
Isso é um exemplo a ser seguido por todos os pais. Antes de morrer devemos garantir o futuro dos nossos filhos, de preferência deixando de herança patrimônios que garantam um futuro sem sobressaltos financeiros.

O único problema deste pai zeloso é que a herança foi construída com tráfico der influência e prejuízo ao erário público, sem falar na privação de milhões de jovens a uma vaga na universidade pública.

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