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sábado, 22 de outubro de 2011

Iriny Lopes ganhou eleitorado conservador para Dilma

Como crises da imprensa viram oportunidade:

Volta e meia a velha imprensa se surpreende com a subida de popularidade de Dilma, após intenso bombardeio midiático visando desgastá-la.

Durante todo o governo Lula, colheram uma surpresa atrás da outra, tornando Lula o governo que "quanto mais bate, mais cresce".

O que a velha imprensa não entende (ou melhor, entende os riscos, mas aposta na tática do choque e pavor, ou seja, na intimidação e na inércia dos atacados), é que para toda crise também há oportunidade.

A crise, em geral, gera efeitos negativos imediatos num primeiro momento, mas a oportunidade vem no dia seguinte, quando se sabe reagir bem diante dela.

Lula soube explorar as oportunidades radicalizando os debates colocados como tema nas crises, em vez de apenas esfriá-los. Lula, na maioria das vezes, insistiu em fazer a coisa certa, dissessem o que quisessem na velha imprensa.

Fazer a coisa certa já é uma boa munição para as redes sociais fazerem o contraponto à velha imprensa e desmascará-la. No médio prazo (às vezes no curto prazo), a população sempre compreendeu e respondeu positivamente.

Uma das características da atuação política de Dilma é sua capacidade de visão política estratégica. E a crise fabricada no ministério do Esporte oferece uma oportunidade como poucas para avançar na conquista de apoio popular com a politização da população. Mas esse assunto é tão instigante que precisa de nota à parte. Nesta nota vamos analisar outro estudo de caso recente.

A ministra Iriny Lopes esteve no olho do furacão por reclamar de propagandas depreciativas contra a dignidade da mulher. Diga-se de passagem, que reclamações como estas devem ser rotineiras, pois fazem parte do debate político das políticas para mulheres, não havendo qualquer razão para escandalização como foi feito.

A velha imprensa resolveu fazer um carnaval com o factóide. Mas não se viu ninguém da oposição no Congresso fazendo discursos atacando a ministra, porque, cada parlamentar, conhecendo suas bases de eleitores e eleitoras, sabiam que ela estava certa na causa e no mérito.

Nenhum deputado queria ver seus discursos contra mulheres usados na próxima campanha eleitoral, que levasse a perder voto feminino, nem fazendo discursos defendendo mulheres de calcinha e sutiã, que fizessem perder votos de eleitores conservadores nos costumes.

Os políticos da oposição ficaram fora desta (pelo menos na tribuna da Câmara e do Senado) e deixaram os ataques à ministra para os bufões de sempre da velha imprensa.

Mesmo dentro do PIG, a grande maioria das jornalistas mulheres preferiram o silêncio a repetir chavões machistas que os colunistas homens bufões se esmeravam em fazer (salvo raras exceções como a loira burra da revista Época). Sinal claro de que as mulheres mais politizadas, mesmo do PIG, reconheciam que a ministra também falava por elas, pelo menos em parte.

Mas o grande erro dos bufões da velha imprensa foi devolver ao governo Dilma, milhares ou milhões de eleitores conservadores nos costumes, sensíveis à campanha de baixaria de José Serra em 2010.

A postura de Iriny Lopes foi de fazer a coisa certa. Não foi motivada por conservadorismo nos costumes, mas a velha imprensa fez "o favor" de retratar como se fosse. E a opinião do eleitorado conservador nos costumes, neste caso, casou com a reclamação da ministra.

Obrigado, PIG! Depois perguntam: Por que a popularidade de Dilma sobe?

4 Comentários:

OPINIÃO disse...

Nós temos que fazer uma corrente pra frente para ver se a Dilma demite logo essa porcaria de ministro. A FIFA já fez isso, só falta a Dilma mandar esse trapalhão pro chuveiro. Será que vamos passar mais uma semana com essa lenga-lenga.

Ana Cruzzeli disse...

Nossa Augusto, você e a Helena estão cada dia melhores nas análises politicas pigentas e como eles se afunda na propria merda criada.

Sabe que eu não tinha percebido esse outro lado!

Ontem algo supreendente também aconteceu. Eu estava assistindo um filme na TV por assinatura via embratel ( sky e net estou fora) e no intervalo veicularam o premio publicidade da associação dos publicitário.
Não sei não, mas acho que o caso HOPE influenciou.

Eles falam de como uma propaganda mal-feita pode durar anos na cabeça das pessoas.

Isso me faz lembrar outra constatações. Uma pessoa que gosta de um produto fala bem dele para 5 pessoas, ja quem não gosta fala mal para 10, logo a HOPE bobona nem percebeu isso também. Falem mal mas falem de mim já não cabe mais no cenário mundial, logo quem não perceber isso falirá.
Eu mesma acho que a HOPE perdeu a oportunidade de encerrar a campanha enquanto não tinha tido a ajuda do PIG, depois disso caiu em desgraça. Para limpar sua marca levará uma década no minimo, os balancetes desse ano talvés não mostrem, mas a concorrente com certeza saberá aproveitar a bobeira da empresa e tirará todo o proveito do ato falho. Esse é o bom e belo capitalismo mostrando sua verdadeira face, é cobra comendo cobra para abocanhar uma fatia do mercado.

Edson Silva disse...

Acho que ficaria melhor, em vez de velha imprensa, imprensa velha.

Luiz Fernando Barbosa Santos disse...

Quanto ao comentário do Edson Silva, sugiro que em vez de "velha imprensa", ou de "imprensa velha", substituir por ARCAICA, pois esse tipo de imprensa é um desrespeito para com os velhos.

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