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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

César Maia gastou só metade da verba destinada ao combate a dengue. Cadê o resto do dinheiro Cesar?


O surto da dengue em diversos bairros do Rio - que deve fazer a doença chegar hoje a 9 mil casos registrados este ano - tem origem nas planilhas orçamentárias da prefeitura. Um levantamento da Controladoria-Geral do Município mostra que há tempos o combate ao Aedes aegypti deixou de ser prioridade da Secretaria de Saúde. No ano passado, a pasta pretendia investir R$ 13,7 milhões em programas de vigilância epidemiológica. Gastou apenas R$ 6,7 milhões - 49,3% do que havia planejado.

A negligência apontada nas cifras faz a capital liderar o ranking estadual de óbitos por dengue. Das 16 mortes confirmadas até ontem, 12 foram no Rio. A prefeitura confirma surto da doença em 15 bairros, divididos nas zonas Central e Portuária (Catumbi, Cidade Nova, Santo Cristo e Saúde), Norte (Benfica, Bonsucesso, Jacaré, Jardim América, Vista Alegre e Ramos) e Oeste (Anil, Camorim, Cidade de Deus, Curicica e Gardênia Azul). A relação de outras 26 mortes com a doença ainda está sendo investigada pelo Estado.


Preocupado com o crescimento das infestações, o Conselho Municipal de Saúde - órgão não vinculado à prefeitura - cobrou da secretaria a instalação de centros de tratamento de dengue espalhados pela cidade. A pasta descartou a iniciativa. Tampouco concordou em separar leitos nos hospitais para os pacientes da doença, medida que divide os especialistas consultados pelo Jornal do Brasil.

Embora seja contra espaços diferenciados para as vítimas do Aedes, o entomologista Anthony Érico, da Fiocruz, alerta que o cenário atual de contágio pode desencadear uma epidemia a médio prazo.

Desde o fim do ano passado, o vírus do tipo 2, que provocou uma epidemia nos anos 90, está sendo reintroduzido no Rio - ressalta. - Os cariocas que, em 2002, enfrentaram o tipo 3 não estão imunes a esta nova forma de contágio.

Érico considera que os investimentos ínfimos da prefeitura no ano passado deixaram muitos planos pela metade. A princípio, o poder público parece querer se redimir. A previsão orçamentária para gastos com vigilância epidemiológica este ano é de R$ 15,1 milhões - 20% em gastos com pessoal.

O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, também critica a falta de recursos destinados pela prefeitura a epidemias.

A disponibilidade orçamentária para programas de saúde tem sido muito tímida - denuncia. - Gastar apenas metade de uma quantia já pequena provoca uma repercussão social gravíssima, como é o caso do quadro atual da dengue.

A expansão da doença fez a iniciativa privada entrar em campo. Dezenas de dedetizadoras lançam hoje o programa Unidos contra a Dengue. Estas empresas, quando chamadas para um serviço, farão gratuitamente o combate ao Aedes aegypti na casa do freguês.

Não é uma crítica velada ou aberta às autoridades públicas, que já declararam inúmeras vezes a dificuldade em combater a dengue - pondera Claudio Salem, diretor administrativo da Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas.

A galopada do Aedes cidade afora também repercute na Assembléia Legislativa, onde espera-se que seja votado, ainda esta semana, o projeto de lei enviado pelo governador Sérgio Cabral que permite medidas mais enérgicas dos agentes mata-mosquitos. Se encontrarem uma casa ou empresa fechada na terceira vez em que tentarem fazer vistoria, os funcionários poderão arrombar o local atrás de focos de dengue.(Com informações do JB)

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