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terça-feira, 25 de abril de 2006

Vida no semi-árido melhorou após programas sociais, diz agricultora


A vida do sertanejo melhorou nos últimos anos porque ele passou a depender cada vez menos das condições climáticas e das boas colheitas para sobreviver.
A opinião é da agricultora Ednalva Pinheiro Sena, 42, moradora da zona rural de Afogados da Ingazeira (376 km a oeste de Recife, PE). "Antes, não tinha tantas facilidades como se tem hoje", disse ela, referindo-se aos programas sociais.
A agricultora lembra que, quando sua filha, Ednateli, 17, era criança, as refeições que faziam dependiam basicamente do sucesso que obtinham com a lavoura. "Para dar de comer à menina, era preciso esperar a chuva, plantar, colher e vender. Só depois é que comprávamos a comida dela", recordou Sena.
"Se a lavoura não vingava, os parentes e amigos tinham que ajudar", afirmou. "Hoje, tem Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), Bolsa-Escola, Bolsa-Família, essas coisas."
A agricultora, que conversou com a reportagem pelo telefone, afirmou que chegou a passar fome devido à seca que atingiu a região algumas vezes. "Se a plantação não rendia, ninguém comia", diz. "Agora, as mães sempre têm alguma coisinha em casa para dar aos filhos", conta.
Sena agradece a Deus por não ter tido outro filho, devido às dificuldades que enfrentou. Mas vê, na vizinhança e entre os parentes, uma situação melhor para as crianças do sertão.
"Antigamente, precisava tirar dinheiro da comida até para comprar remédio, para ir à escola", afirma. "Agora não. Tem posto de saúde com remédio de graça, carro para levar a criança [à escola], merenda e caderno."
A lavradora lembra também da evolução das campanhas educativas, das vacinações em massa e da melhoria da infra-estrutura no campo, como a eletrificação rural, como fatores que teriam contribuído para a redução da desnutrição infantil no semi-árido.


Folha de São Paulo

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