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quarta-feira, 26 de abril de 2006

Juros voltam a 1994


Alvo de intenso bombardeio durante o governo Lula, o Banco Central se tornou a principal fonte de boas notícias . Depois de levar a inflação para abaixo da meta de 4,5%, reduzir a taxa básica da economia (Selic) para o menor patamar desde 2001 e pavimentar o caminho para o país crescer 4% este ano, o BC informou que os juros ao consumidor caíram para o nível mais baixo desde julho de 1994, quando foi editado o Plano Real. Na média, as taxas cobradas das famílias fecharam março em 59% ao ano e, nos primeiros 11 dias de abril, já haviam recuado para 58%.

O afrouxamento da política monetária se reflete nas taxas cobradas das pessoas físicas. Entre setembro do ano passado e abril deste ano, a Selic recuou quatro pontos percentuais, de 19,75% para 15,75% ao ano. No mesmo período, os juros médios cobrados dos consumidores baixaram 3,9 pontos, de 62,1% para 58% anuais. O aumento do crédito será de extrema importância para que o comércio amplie suas vendas ao longo de 2006. Pelas contas do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, as vendas reais do varejo (descontada a inflação) vão crescer entre 6% e 7% frente a 2005.

Estímulo imobiliário

O total de crédito concedido pelos bancos para a compra da casa própria aumentou 6,1% nos primeiros três meses do ano, alcançado um saldo de R$ 29,8 bilhões.A Caixa Econômica Federal foi a principal responsável pela ampliação dos financiamentos. Pelas contas da Caixa, do início de janeiro até o dia 20 de abril deste ano, foram liberados R$ 3,5 bilhões em financiamentos, volume 119% superior ao emprestado no mesmo período do ano passado (R$ 1,6 bilhão). O dinheiro, conforme a Caixa, foi suficiente para permitir que 151 mil famílias tivessem acesso à moradia. Delas, 85% têm rendimento mensal de até cinco salários mínimos. Dos R$ 3,5 bilhões, R$ 2,2 bilhões saíram do FGTS. A previsão da Caixa é de liberar R$ 10,2 bilhões até o final do ano por meio de todas as linhas de crédito para habitação.

Capital externo

Entre janeiro e março deste ano, os estrangeiros aplicaram US$ 240 milhões no Brasil, dinheiro destinado, sobretudo, para empreendimentos de hotelaria no Nordeste. Os recursos entram em forma de investimentos diretos, contribuindo para a geração de emprego e renda. Os US$ 240 milhões, nos cálculos do BC, corresponderam a 6,2% de todo o investimento estrangeiro direto que entrou no Brasil no primeiro trimestre. Em igual período do ano passado, os recursos externos para o setor imobiliário equivaleram a apenas 1,23% dos investimentos diretos. O capital que vem do exterior está sendo usado ainda para a ampliação de fábricas e para reforçar o caixa do comércio. No mês passado, enquanto os financiamentos concedidos às empresas com recursos domésticos cresceram 0,1%, as operações com créditos do exterior deram um salto de 6,4%. Nos 11 primeiros dias de abril não foi muito diferente. Os financiamentos em reais aumentaram 1,9% e os realizados em moeda estrangeira, 6%.

Helena

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